As equipes Emancipa Mulher e Emancipa Cursinho Popular Pré-Universitário estiveram nas ruas de Porto Alegre para manifestar solidariedade ao movimento Vidas Negras Importam, pois nossas lutas feministas e antirracistas nunca não exigiram corpo. E, como em tantas outras manifestações, e apesar da pandemia de Covid 19, os nossos estavam lá. Com a palavra, Tainah Motta Do Nascimento, que de cursista tornou-se advogada voluntária da Emancipa Mulher, oferecendo orientações jurídicas:
“Em isolamento desde março, hoje junto de minhas companheiras e companheiros, ocupei a rua. Infelizmente para o povo negro no Brasil e no mundo, lutar não é uma escolha, é uma questão de sobrevivência. Antes da pandemia, morríamos a cada vinte três minutos, por balas perdidas que só encontram corpos negros, de fome por estarmos na base da pirâmide em subempregos, quando existem. Agora, morremos também por covid-19, pois não nos foi garantido o direito a isolamento, já que nossos corpos jamais deixaram de serem vistos como mão de obra pra sustentar esse sistema que é uma máquina de moer gente, gente preta, sobretudo.
Respeitando o distanciamento, de máscaras, organizadas (os) estrategicamente, fomos às ruas, para barrar o genocídio da população que construiu com sangue e suor esse país, para exigir a garantia de direitos básicos para manter isolamento, como a renda básica e também e não menos importante, para mostrar que não podemos esperar até 2022, esse desgoverno precisa acabar já!
Nem de COVID, nem de tiro, nem de fome: o povo negro quer viver! Daqui pra frente não tem pra trás!”